melancolia

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Laura Tedeschi

terça-feira, 5 de julho de 2011

Complexo de cinderela

 Na minha adolescência li esse livro. Hoje estou sentindo essa patologia!


  Adoro livros de psicologia, ainda pretendo fazer esse curso... quando aposentar, não sei. Ou apenas  leia um pouco mais. Mas na adolescência foi muito bom, li muito sobre essa área, na mesma época que li esse li também a síndrome de Peter Pan. Achava que seria o mesmo problema (ainda mais que a capa era parecida), um ligado as mulheres e outro aos homens, mas não é bem assim, pra mim são bem diferentes.


  O complexo de cinderela (uma explicação bem grosseira pois deve ter uns 15 anos que li - estou ficando velha), mostra a frustração de mulheres que apesar de bem sucedidas profissionalmente e de terem alcançado diversos diretos antes cerciados (como de trabalho, voto, liberdade de expressão e afins) se sentem muito mal com tudo isso. Elas querem na verdade o conforto do lar, servir o marido, cuidar dos filhos e retomar todas as lembranças que ela e sua geração lutaram pra se desgarrar. Isso causa um conflito existencial e pode levar a depressão, estresse e afins... acho que no livro nem usam esses termos, mas como agora é mais comum falar desses problemas eu tô julgando que o resultado do complexo de cinderela e seus desencadeamentos sejam esses.

 Eu sou feminista (à minha maneira). Apesar de não gostar desse termo, pois popularmente ele tomou um significado distorcido, talvez pela relação com o machismo. Assim prefiro dizer que sou anti-sexista. Não gosto de ser julgada de maneira diferente por ser mulher. Mulheres e homens tem os mesmos direitos e obrigações em casa, no casamento, na sociedade, no trabalho e afins.

Assim hoje o complexo de cinderela devia mudar de nome, pois homens e mulheres estão perdidos e sobrecarregados no seu papel social, e não é pra retomar os papéis (mulher serve e homem recebe). É uma necessidade de freiar as pressões sociais (em todos os sentidos) e ter uma vida mais tranquila.

 Eu estou sentindo uma necessidade gigantesca de estar no meu lugar, cuidar da minha casa, do meu jardim, arrumar um cachorro (prévia para filhos), cozinhar... mudar um pouco minha vida.

  Fazer doutorado nos últimos tempos não tem me dado nenhuma motivação, exceto na minha chegada na França dei um gás, afinal, mundo novo (pra mim, velho pra sociedade e história da humanidade) tinha algumas motivação. Agora esfriou tudo e eu só penso na minha casa, em coisas simples.

 Mon mari também tá assim. Ou seja homens também tem complexo de cinderela, o mundo mudou e os complexos também mudam...

Mas o que causou tudo isso, além da idade é o fato de que estamos sem lenço e sem documento há 3 anos, de galho em galho, de lugar em lugar, tudo provisório, tudo temporário .... .... ....
                             Ok, temos algo mais que esses dois aí!!!
..... ...... tudo novo o tempo todo. O novo trás insegurança (claro, tbm descobertas, excitação e muitas coisas boas), é preciso pausas. "A vida precisa de pausas"! Não temos tido pausas e estou vivendo a insustentável leveza do ser.

Mas eu precisava disso pra saber o que realmente é bom. Deus me conduziu a esse aprendizado, porque Ele sabia que se alguém me contasse eu não conseguiria entender (aceitar).



  Felizmente eu vim prum lugar muito bacana. Estar aqui, gostar daqui me faz seguir (não tão firme)... mas seguir.

 Os franceses até tem uma solução:

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