Bem não poderia deixar de celebrar minha última semana aqui.
Tá eu não gostei, mas foi muito bom. Tá eu sofri, mas eu cresci. Tá eu tenho sérias restrições, mas eu aprendi. Tá eu odiei, mas eu gostei de muita gente aqui.
Como já morei um muitos lugares do Brasil eu achei que estaria mais preparada para as diferenças, mas esse tipo de (in)diferença, de julgamento... me surpreenderam por demás.
Nada é em vão. Tá, eu passei em 3 doutorados, dois dos quais com nota 5 na capes e escolhi aqui, com nota 4. Muita gente me perguntou, porque aqui? Eu me embananava pra responder, é como se eu não tivesse escolhido conscientemente, o mundo me trouxe pra cá pra eu sofrer e aprender, pra eu ver que não é o lugar que faz a competência que tudo depende de mim. E antes que algum gaucho tente explicar todo esse meu desoncorto não se deve ao clima frio, nem a exigência do doutorado, adorei o frio e acho o doutorado aquém do que esperava.
Eu sofri pelo essencial, e o essencial é invisível aos olhos!
Mas eu sou intensa e eu sei que preciso de terapia depois de tudo que passei aqui. Estou muito irritadiça hoje, não por querer, mas tenho certo preconceito com os gauchos, eu sofri tanto que a priori eu tenho certo receio. Afinal as pessoas sempre me julgaram, me trataram como alienígena, me explicaram coisas óbvias como se eu tivesse vindo de saturno... quisera eu vir dos anéis de saturno... seria mais compreensível ser tratada como uma etêzinha...
Mais voilá... a ideia do post é listar coisas boas:
- Chimarrão, hummm eu gosto no friozinho então, de manhã...
- Eu adoro a forma como as pessoas aqui usam o espaço público, especialmente as praças e parques. Todo mundo curte, um espaço democrático e divertido. O mate também tem uma função social importante que me encanta.
- Eu viajei muiitttooo por aqui. Conheço bastante o estado (Bento, Gramado, Riveira, Santa Maria, várias cidades da Quarta Colônia, as Missões e as cidades do entorno, Camabará do Sul - a que mais amo, Torres, Rio Grande, Pelotas, Ametista do Sul, Chuí, São Sebastião do Caí... e algumas outras), Argentina, Uruguai e o Paraguai tbm passei por aíísss. Como o doutorado não me apeteceu, avancei no turismo.
- Eu fiz poucas, mas boas amizades
- Eu perdi um pouco da minha ingenuidade
- Eu estou avançando pra ser doutora...rsrsrs
- Eu tenho grandes chances de ir pra França, tudo bem que em Pernamuco tbm tinha, mas vou dar essa canja pra ver se aumento a lista,
- Eu adoro o queijo colônial, especialmente o duplex do mercado público
É isso, nada é em vão.
"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver."
Amyr Klink
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