E desejo um ótimo mês. Espero retornar ainda que lentamente.
Este blog nasceu da necessidade de falar do que penso (super clichê). Sou uma eterna estudante, mas não quero falar sobre papo cabeça, nem referenciar autores, só quero tagarelar despropositadamente.
melancolia
terça-feira, 1 de outubro de 2013
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Meu Poema de Fernando Pessoa
Para descobrir qual é o seu poema é só fazer um teste aqui.
Olha o meu....
O Guardador de Rebanhos, Alberto Caeiro
“Sou um guardador de rebanhos,O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.”
“Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?
Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?
Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.
Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira.
E a mentira está em ti.”
(Cantos IX e X, de “O Guardador de Rebanhos”, 1914)
Alberto Caeiro foi o primeiro heterônimo a surgir – e o único a morrer (de tuberculose) por obra do seu criador. Deixava confuso Fernando Pessoa, homem da cidade, exatamente por ter enorme apego ao campo, à natureza, a ponto de ter escrito um longo poema chamado “O Guardador de Rebanhos”. Mesmo assim, Pessoa o elegeu mestre dos heterônimos. Apoiada na experiência sensorial, sua poesia procura alcançar um ideal: desaprender o foi aprendido para poder conhecer a si mesmo, ao outro e ao mundo.
O lado difícil da maternidade/gravidez
Só eu sei os desertos que atravessei... que ando
atravessando.
Eu confesso que a gravidez tem se revelado muito difícil pra
mim. E olha que está tudo bem do ponto de vista físico não tive nenhum
problema.
E eu estou querendo falar isso aqui não é só pra desabafar.
Mas cada dia vejo que tem muitas mães
e/ou futuras mães que passam maus bocados na gravidez e essa obrigação
de felicidade a todo custo, de hipocrisia acima de tudo só faz o sofrimento ser
maior e mais velado, afinal é um “momento mágico”....
Eu cada dia tenho tido mais certeza que o meu momento não
foi o momento certo e que eu não estou preparada para a maternidade.
Praticamente tudo me incomoda.
Então, eu acho que a decisão de ser mãe tem que ser da mulher
e ela tem que estar muito segura, porque é ela quase que exclusivamente que tem
que aguentar todo tipo de conselho, obrigação de estar feliz e tudo de errado
que acontecer é por algum erro que ela cometeu (o pai só colhe os louros do
processo).
Meu casamento não anda nada bom... não é só por causa da
gravidez, mas ela torna tudo mais evidente e assustador. E olha que esse filho
foi desejado e planejado. E eu nunca me senti tão sozinha em toda minha vida. Posso
contar nos dedos da mão as vezes que meu marido pegou na minha barriga, e não
me cabe em todos os dedos a quantidade churrascos e farras que ele fez e faz
durante esse mesmo período...
Eu amo meu bebê e estou aprendendo esse amor a cada dia. Mas
isso não é, necessariamente, uma situação pronta. Não venham me dizer que a
gente ama desde o momento que vê o exame positivo, que o amor aumenta a cada
minuto. Comigo não foi assim. E não me culpem por ser honesta. Desolé, mas eu não vivo esse mundo de
fantasia obrigatória.
Aliás eu estou cansada de tudo.
Se você não quer encher o saco de alguma grávida vão as
dicas:
- Não dê conselho sobre NADA, RIEN, NOTHING! Ok?
Eu já
ouvi 1.367.489 vezes que eu devo dormir agora porque nunca mais eu vou dormir. Tá,
todo mundo é muito bem intencionado, mas eu não gosto de ficar ouvindo isso
todos os dias, todas as horas, de um monte de gente... Que saco!! Dá vontade de
falar assim: -não, vou parar de dormir
desde já pra ver se viro zumbi e aí nem vou sentir sono depois...
Não é que eu não concorde, é que cansa, pô...
Claro que se você está se aconselhando com alguém (que teve
filho a pouco tempo, que você gosta de conversar, que você gosta de saber a
opinião) essa pessoa tem todo o direito de falar sobre vc dormir. Mas o resto me
poupe...
Para de falar o que a pessoa pode comer, deve comer (Se eu
quiser comer bosta, isso é uma decisão
minha ok? Vamo combinar que eu não fico falando o que vc deve ou pode comer, d’accord?),e ainda vem me dizer o que
vou pensar, vou querer, que a vida vai mudar (sério??? Não diga!).
Se você se preocupa comigo não me diga o que fazer. Você
pode me ajudar de duas maneiras:
1)
Reze por mim.
2)
Deposite um dinheiro na minha conta, ok?
Se quiser fazer diferente engravide e faça do seu jeito.
Salvo sempre se vc está querendo conversar com alguém sobre
isso. Engraçado é que quem fica enchendo o saco com esse monte de conselho
normalmente não me representa. Eu não tenho nenhum interesse em saber o que essa
pessoa pensa sobre gravidez, sobre nutrição na gravidez, sobre sono etc. Porque
tem gente que eu não concordo com a forma que ele conduz sua vida, e esse tipo
de gente, adora me falar o que eu devo fazer com a minha.... eu mereço?
- O tipo de parto quem decide é a mãe (a que tem o filho
dentro, afinal se entrou vai ter que sair, se foi no meu corpo eu decido como).
OK?? Se esse tipo de parto é bom, ruim, ótimo, péssimo, perigoso, ela já se
informou. Você não é um ser iluminado
que sabe tudo e vai salvar uma grávida da ignorância. O mais provável é que o
inverso seja verdadeiro. Mães tem medo do parto, elas vão se informar (dentro
das suas possibilidades de informação, financeiras, experiências familiares
etc.).
Além do
quê, as pessoas precisam entender que cada mulher é diferente da outra, cada
parto, cada filho, cada vivência... ADO ADO ADO... Então se você soube de
alguém ou você teve uma péssima experiência com um tipo de parto isso não é
regra, não é uma verdade absoluta. Tem outras mulheres que tem péssimas
experiências com outro tipo de parto.
Assim, a maternidade é um risco, você não controla nada, tem
que fazer escolhas super importantes, tem que aguentar todo mundo em cima de
qualquer decisão e vai ser culpada por qualquer coisa, afinal tem sempre alguém
te recomendando algo diferente. E o pior, isso é só o começo... ai meu Deus. O
resto da vida nessa maratona...
- O pai fica imune a praticamente tudo. Ele diz que eu tenho
que ficar calma com esses conselhos, mas um único dia que ele ouviu 2 (DOIS,
míseros dois conselhos) conselhos ele deu piti e distratou pessoas super
bacanas. Agora eu tenho que ser paciente, ele não precisa...
Então lembrem-se eu não fiz o filho com o dedo. O pai tem
que participar. Mas não, ele não precisa saber nada de enxoval, ele não precisa
fazer nenhuma escolha importante ou não importante como a cor do frufru da
melancia. Tudo é a mãe. Eu não gosto de
ficar escolhendo essas firulas, não gosto e se tiver que fazer essas escolhas
quero fazer isso do meu jeito. Não quero ter que decidir tudo na hora que os
outros querem, do jeito que os outros querem. Porque não decidem com o pai???
Eu nem quero falar de paternidade, porque não estou
preparada emocionalmente pra isso. Só sei que na hora do vamo ver é você e você
mesma. Não crie nenhuma expectativa sobre nada nem ninguém. Só você vai estar
sempre contigo.
E só pra fechar esse pequeno desabafo. Eu fico triste não é
porque quero, se isso passa pro filho, eu sinto muitíssimo, mas não eu não crio
essa situação sozinha. Eu converso muito com meu filho, espero que ele fique
tranquilo, apesar da mãe não estar.
Porque esse monte de conselho de que você tem que estar bem,
porque tudo passa pro bebê, deveria exigir que as outras pessoas tenham
sensibilidade também. Porque ninguém enxerga um palmo além do umbigo. Ninguém
se preocupa em como você está, todo mundo continua com sua programação normal,
querendo vc linda, sorridente, com o peso adequado, com tudo ok e eufórica,
afinal isso que manda a cartilha...
Eu poderia escrever um livro com tantas coisas que estão
entaladas. Mas não vale a pena.
E quer julgar meus atos, calce os meus sapatos...
Ps. Eu decidi escrever tudo isso porque perdi uma pessoa MUITO QUERIDA e PRÓXIMA, ela entrou em coma quando seu bebê tinha 3 meses e faleceu após 4 meses nessa condição. A culpa não foi da gravidez, muito menos da criança. Mas é impossível descartar a situação de desgaste que ela viveu. O que aparentemente era uma vida feliz (tudo como manda o figurino), depois fica claro que ela gritava em silêncio por um pouco de atenção e sensibilidade alheia e ninguém foi capaz de ouvir, de ajudar. Não é gente ao redor, é gente com sensibilidade que saiba ouvir o outro.... E eu posso afirmar que isso é mais comum do que a gente imagina. Talvez não com a gravidade e a proporção desse problema, mas o que mais me assustou na gravidez foi a insensibilidade alheia e a incapacidade que as pessoas tem para ouvir. Elas te perguntam, mas elas não ouvem o que vc tem a dizer, elas já tem a resposta, ou contestam se você for honesta, ou nem esperam que vc responda.
Ps. Eu decidi escrever tudo isso porque perdi uma pessoa MUITO QUERIDA e PRÓXIMA, ela entrou em coma quando seu bebê tinha 3 meses e faleceu após 4 meses nessa condição. A culpa não foi da gravidez, muito menos da criança. Mas é impossível descartar a situação de desgaste que ela viveu. O que aparentemente era uma vida feliz (tudo como manda o figurino), depois fica claro que ela gritava em silêncio por um pouco de atenção e sensibilidade alheia e ninguém foi capaz de ouvir, de ajudar. Não é gente ao redor, é gente com sensibilidade que saiba ouvir o outro.... E eu posso afirmar que isso é mais comum do que a gente imagina. Talvez não com a gravidade e a proporção desse problema, mas o que mais me assustou na gravidez foi a insensibilidade alheia e a incapacidade que as pessoas tem para ouvir. Elas te perguntam, mas elas não ouvem o que vc tem a dizer, elas já tem a resposta, ou contestam se você for honesta, ou nem esperam que vc responda.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
segunda-feira, 8 de abril de 2013
sinal de fumaça
Muitos acontecimentos.
- semana passada achei que tinha postado uma crônica que escrevi sobre meu doutorado. Eu acho que nunca vou conseguir escrever nada igual novamente. E o que eu fiz??? Exclui completamente, pois o troço sumiu!! Ok, talvez tenha sido providencial, apesar de metafórico o texto era duro, pois eu sofri demais e o escrevi num desses momentos avassaladores...
- Certo, estou buchuda, vou ser mamãe e ainda estou em estado de choque. Seria eu uma pessoa capaz de criar um bom menino? Deus toma conta e me dê muito discernimento, sabedoria e paciência, porque amor já é grandioso.
- Mas nem sempre foi assim. Nos primeiros 3 meses de gravidez eu penei. Totalmente desanimada, triste... pelo que li devia ser hormonal, além dos enjoos nem queria falar da gravidez que é comemorada aos quatro ventos pela família e pelos amigos. E olha que foi desejada, planejada, tenho estabilidade financeira, emocional (será?)...
- Terminei o doutorado!!! Estou feliz demais!!!! Só faltam os detalhes burocráticos que são muitos, mas já tá bom demais!
Agora vida nova. Voltando a trabalhar, tava desacostumada. E que calor é esse? E que moleza é essa? A qualquer hora do dia eu sou capaz de tirar uma soneca, como é possível?
Eu não tenho tido muitas ideias pra postar, nem vontade mesmo. Mas vou tomar meu tempo... prends ton temps.... e assim sigo.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Curta que concorre ao oscar
Muito forte esse vídeo, tão cheio de simbolismos. Eu amei.
Tbm "só eu sei os desertos que atravessei..."
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Vida atribulada
Nossa como a vida consegue nos surpreender. Primeiros meses do ano não têm sido fáceis. Além de uma tristeza intrísceca, situações inexperadas, problemas assustadores, desafios idem...
Mas hoje me senti renovada, física e emocionalmente. A maior parte dos problemas não se resolveu, mas acho que ao menos os hormônios deram uma trégua. E para brindar esse momento ouvi o coração do filhote, realmente é de se emocionar. Eu estava lendo essas coisas e achei que não sentiria muito, mas me balancei. Que Deus coloque a mão nesse processo tão incrível e ao mesmo tempo tão assustador.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Resoluções para 2013
Ser mais paciente.
Não dar atenção aos pitacos.
Não ouvir pitacos.
Não prestar atenção em considerações sobre o que você vai sentir, como você vai se sentir...
Respirar fundo.
Aceitar que existem pessoas bem intencionadas só lhes falta bom senso.
Fazer exercícios para relaxar.
Não levar tudo tão a sério.
Estabelecer metas de sobrevivência à invasão de privacidade incluindo minha casa e minha vida.
As pessoas precisam entender que cada ser humano é único. Nas sensações, nas escolhas, nas emoções, nas vontades, nas inquietações, nos erros e nos acertos. Com licença pra eu exercer esse meu direito.
Eu não fico determinando como cada um deve fazer nada, então vamo combinar que a recíproca deve ser verdadeira.
Eu fiquei independente muito cedo, eu assumi todos os riscos. Contra tudo e contra todos, se deu certo foi porque eu não ouvi muita gente, então saibam: eu não sigo a maioria, eu não gosto da maneira como a maioria das pessoas conduzem suas vidas. Agora porque todo mundo quer dizer como eu tenho que agir??? Pour quoi?
Rezar uma Ave Maria silenciosamente pra cada conselho não solicitado.
Relaxar mais.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Poema Enjoadinho
POEMA ENJOADINHO
Vinícius de Morais
Filhos…Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como o queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete…
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filho? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los…
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
Vinícius de Morais
Filhos…Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como o queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete…
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filho? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los…
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
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