melancolia

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Laura Tedeschi

segunda-feira, 30 de abril de 2012

"Madeleine"



Olha que interpretação. É uma figuraça, não? Jacques Brel. Deve ser um cara muito simpático, né??

Ele é nada mais, nada menos, que a pessoa que escreveu Ne me quitte pas... só alguém muito sentimental escreveria essa letra!!!E faria esta interpretação!

Ele me faz sorrir... uma sensação boa...



   

Feriado

A vida é um exercício de paciência!!

Feriado, em casa, trabalhando. Produtividade abaixo de zero. Prazo findando. Angústia.
Eu prometo que quando terminar essa meleca eu nunca mais passo feriado trabalhando. Nem que eu fique o dia todo deitada, mas não trabalhando!! Mas eu espero não ficar deitada na cama, em qualquer outro lugar...



terça-feira, 24 de abril de 2012

Meu Doutorado


Eu escrevi esse texto há algum tempo. Queria expressar um pouco a amargura que senti com meu doutorado e as coisas que passei por lá.

Agora terminado o processo me sinto bem, leve e com muitos pontos positivos. Diante da minha insatisfação intelectual eu preenchi meu tempo com muitas viagens, muitos cursos (fotografia e afins), muitas farras e tudo que todo mundo se priva num doutorado eu usufrui, seja como forma de contrariar ou de sobreviver, não importa. O que importa é que valeu! C'est fini! E eu sou uma pessoa infinitamente melhor...

 Voilà minhas divagações:


Eu estava numa situação profissional ímpar. Com dois grandes projetos financiados, muita aula, muito respeito pelos colegas e indicação para cargos de representação de classe importantes. Muita segurança e autoridade no meu campo.
Aprovada em três doutorados. Eu me boicoitei. Dos três cursos aprovada dois tinham nota 5 na capes e um nota 4. Eu escolhi o de nota 4. Eu não vejo nada demais nisso. Não gosto dessas classificações, não gosto desse produtivismo e posso me dar ao luxo de escolher as coisas por outros motivos que não o status quo da massa.
Queria conhecer uma nova região no país, queria ir para uma área, que apesar de muito criticada eu queria entender melhor. Então fui. E voltei. E nunca mais serei a mesma pessoa. Diante da saga do doutorado, que ainda não acabou e não vejo a hora de ver o final eu refleti muito, sofri demasiadamente e certamente serei uma educadora melhor. Quanto ao meu domínio técnico eu regredi, isso tbm é certo. Então não sei se vou voltar a ser pesquisadora, mas professora eu acredito serei mais consciente da minha responsabilidade e risco de acabar com o futuro de alguém.

O sentimento que eu tenho para com meu doutorado é:

Eu era um canário amarelinho que adorava cantarolar, vivia cantando sem parar. Sempre que tinha uns amigos no muro, na cerca, no fio, discutia sobre tudo e com todos e isso era intrisceco ao canarinho, essa era a vida e a rotina desse canário amarelo. Esse passarinho decidiu fazer um vôo mais longo para mudar de ares e depois voltar.
Chegou num lugar diferente, legal, estava muito empolgado e excitado com tantas possibilidades. Queria aprender outros cantos, discutir outros pontos e chorar outros prantos. Numa coisa ele tinha razão...

Chegando foi bem acolhido. Com o passar do tempo, muito pouco tempo, foi percebendo que algumas coisas não faziam sentido. Estranho. Nesse primeiro momento ele observava mais, mas falava bastante, não tanto quanto antes, mas bastante e as retaliações começaram a acontecer.

Era estranho. Depois ficou insano.
As pessoas diziam que não me viam amarelo como o grupo de canários, eu era verde limão com os pés rosa choque. E mais que isso. Eles achavam que eu não sabia qual era a cor do céu, o que se come por lá, que a chuva cai... Quando eu começava a discutir com os meus novos amigos canários e falava sobre as frivolidades da vida eles me diziam, mas é porque você não conhece o canto do sabiá, quando eu já tinha cantado com muitos sabiás, eles diziam: mas os sabiás daqui não cantam como o sabiá de lá. Eles achavam que eu não entendia as técnicas de beber o orvalho, e eu explicava que sim que sabia, mas ele diziam que o orvalho de lá eu não conhecia... Eles diziam que eu não sobreviveria ao clima de lá.

Paralelo a isso aconteceram muitas outras coisas. Eu não gosta das aulas de canto. Era tudo uma bagunça, ninguém falava de canto, falava-se de qualquer coisa, menos de partitura, entonação, floreio, prazer de cantar. Se falava muito de religião, evolução, produção, número de linhas, críticas de um professor canário a outro professor canário. Assim eram as aulas. Eu comecei a perguntar: e quando a gente vai cantar? E ninguém gostou dessa pergunta e as coisas foram piorando.
De repende eu comecei a ver que estava numa espécie de viveiro, presa, mesmo que eu tivesse um pouco de espaço. Quando eu descobri isso eu surtei. Pensei em desisti, escrevi uma carta para o outro curso de canto que tinha sido selecionado, mas não era mais possível reverter o quadro. Escolher é sempre perder. Escolher é sempre arriscar. E a vida é feita de escolhas.

Mal sabia eu que isso era apenas o começo de um fim. Porque o viveiro tinha cada dia as telas mais próximas. Eu estava ficando sem espaço. A cada manifestação eles reduziam a altura e largura do meu habitat. E eu fui parando de cantar.
Um dia quando eu tentava explicar as coisas e ninguém entendia e, antes de eu concluir, me diziam que eu não entendia as coisa porque de onde eu vim não é possível saber das coisas, eu vi que amarraram algo no meu pé. Mas eu demorei a entender o que era.

Era uma bola de ferro de prisioneiro.

Depois cortaram minhas asas.

Depois eu decidi fugir.

Eu sai, mas ainda tinha uma tornozeleira.

E agora eu não vejo a hora de me libertar.

Sei que as sequelas ficarão.
Sei que nunca mais serei a mesma.
Sei que o trauma é para os fracos, mas as tragédias nos fortalecem.
Eu, eu quase desisti de tudo. Não pela dificuldade, ou o frio, como queriam acreditar. Mas pelo tato, pelo contato, por não ser reconhecido como amarelo, por me sentir um alienigena na terra.

E eu chorei muitos e outros prantos... ... e hoje eu quase não canto...




Mon Jardim 2

  Aos poucos, bem lentamente e docemente (à la francese!!) meu jardim vai se transformando.

   Como era a casinha de passarinho!
 Eu me meti a artesã... ... e as cores começam a dominar chez moi!!
 Vê que meus pimpolhos terão um chalé alegre!!
 Olha o potinho que eu achei!!!
 Olha as jabuticabas que já colhi!!!! E são deliciosas. Foram 4 super jabuticabas!!

"As jabuticabas tinham chegado no ponto e a menina não fazia outra coisa senão chupar jabuticabas. Escolhia as mais bonitas, punha-as entre os dentes e tloc! E depois do tloc, uma engolidinha de caldo e pluf! - caroço fora. E tloc, pluf, tloc, pluf, lá passava o dia inteiro na árvore".
Monteiro Lobato
 Minhas árvores são literárias, um Pé de Laranja Lima!!! E uma Jabuticabeira..
 Olha elas madurinhas!!! O pé já deu outra florzinha não sei se vai vingar.
"Olha a preta colada no tronco
De caroço branco que mão do moleque
Olha a preta de caroço branco
Que a mão do moleque arranca no toque
O que bate na boca que é jabuticaba
Faz ploquet pluft nhoc
Ploquet pluft nhoc
"


Quanto ao trabalho...
. Comecei nova fase da pesquisa. Muito stresse, dependo de muita gente. Eu não posso reclamar, 90% das pessoas com quem tenho falado tem sido super gentis, atenciosas e solicitas.
 Mas não preciso nem dizer que os outros 10% me deixam totalmente desolada, triste e arrependida de ir buscar informação.

 Ok, mas todas as forças serão destinadas para terminar esse doutorado!!!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sete dias com Marilyn


 Eu A-d-o-r-e-i o filme!! Só vi hoje.

Aliás pra mim foi muito melhor que Meia Noite em Paris. Definitivamente Woody Allen não faz meu estilo, apesar de eu gostar de longos diálogos... até agora não me fascinou.

Tudo bem, são filmes diferentes. Sete dias com Marilyn é quase uma comédia romântica. Mas pra mim nada tira o bacana, o gostoso do filme. Vale muito a pena.

"Quem dera eu fosse uma diva. Daquelas bem dadivosas. Que sai vida entra vida, ficasse ali verso e prosa!!!" (Ana Carolina)


domingo, 15 de abril de 2012

Porque será?

 Que mesmo quando se tem tudo pra estar feliz há uma pedra, ou duas no sapato.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Eu e a religião

Eu escrevi isso há algum tempo e não sei porque não publiquei, acho que hoje é um bom dia. Então, voilà! Considerando a decalagem de tempo....posso decepcionar algumas pessoas, but...

Eu tenho muita vontade de expressar minha opinião sobre Religião. E ultimamente essa vontade tem aumentado... muitas coisas que tenho lido, muitas coisas que tem acontecido...


Eu sou criada numa família muito católica.
Atualmente vejo a igreja católica em queda acentuada. Muitas pessoas que eu conheço não só não frequentam quanto odeiam a igreja. Algumas pessoas tem razões pessoais para isso, outras vão na onda. Hoje eu vejo que é cult não gostar da igreja. O que não desmerece o gosto das pessoas.

Eu discordo de muitas, mas muitas, coisas da igreja católica:
Não dá para concordar com a proibição da pílula, da camisinha e tantas outras coisas no mundo atual. Não dá para aceitar a denúncia cte de pedofilia. Não dá para aceitar a postura de alguns padres e outros da igreja. Me lembro quando um padre em Pernambuco condenou a equipe médica que fez o aborto de uma garota estuprada. Não houve menção da igreja contrária ao estuprador, mas apenas à equipe médica. Triste. Inclusive nesse caso a família do meu marido me procurou para saber minha opinião, considerando que sou católica.

Esse tipo de coisa me choca também. Porque me parece tão evidente que não se é de acordo com um absurdo desses. E as pessoas me perguntam como se eu fosse conivente e apoiasse cada barbaridade que é feita por essa instituição complexa, grandiosa, poderosa, historicamente consolidada e construida sobre pilares de poder do homem (com a mulher subalterna reconheço tbm).

Mas, apesar de tudo isso.


Eu sou muito grata a igreja católica à minha formação. E isso não significa que sou alienada (eu sou alienada, como todos somos, por estarmos embuídos na nossa cultura, mas não, necessariamente, por essa opinião) a todas as regras, dogmas e ideais da igreja. Eu tive experiências ótimas de amor, compreensão. Eu conheci padres maravilhosos, que salvam vidas, que aliviam, que trazem alegrias no coração das pessoas.

Eu posso desconsiderar a minha experiência para compartilhar de um grupo? Não, sinto muito! Eu tento, a minha maneira, separar o joio do trigo. E isso é, e tem sido fundamental para minha estabilidade emocional, minha força para superar tantos problemas.


Tudo bem que quase não tenho frequentado, esse ano fui a duas missas. Preciso voltar, sinto falta. Quando vou numa missa muito ruim, começo a rezar para o Padre, uma onda né... me ensinaram isso num grupo... Quando a gente faz isso reconhece o quanto eles são humanos, pecadores e, muita vezes, insensatos, insensíveis.... Mas seriam apenas os religiosos da igreja católica?

Eu participei muito especialmente na adolescência. Na infância não gostava. Missas chatas e compromissos tediosos. Na adolescência adorei, participei fortemente e foi muito bom: o grupo EAC - Encontro de Adolescentes com Cristo, depois fiz o EJC - Encontro de Jovens com Cristo e pretendo fazer o ECC - Encontro de Casais com Cristo. Diferentemente da maioria das pessoas que eu conheço eu tenho boas lembranças da igreja. Eu me sinto acolhida. E eu tenho muita pena de tanta gente que teve más experiências e reconheço que a igreja provoca isso de fato.


Mas engana-se quem acha que é só isso, que esses encontros são tediosos, que as pessoas te castram o tempo todo, que só falam de coisas radicais... não a gente se diverte muito. Eu sei o que é farra e sei que um grupo bom da igreja é um grupo de muito apoio e diversão. Meu curso de noivos na igreja foi sensacional (infelizmente muitas pessoas não tem essa sorte), falou-se de sexo (do corpo feminino, das dificuldades ...), dinheiro, filhos, respeito, amor com muita propriedade.


Eu não quero convencer ninguém sobre religião. Não mesmo. Mas eu senti vontade de contar tudo isso, porque as vezes as coisas vão tomando uma proporção que viram verdade a priori.

A família de mon mari é praticamente toda espírita, tenho muitos amigos tbm, tenho muitos amigos ateus, agnósticos etc. A Academia é repleta e eu respeito. Não vejo problemas mesmo. Mas ultimamente as coisas estão mudando de uma forma que você ser católico praticante parece que você é pré-histórico e totalmente acrítico.

Pode parecer incoerente, mas eu acho que a religião é uma construção cultural. Eu trabalho aqui com 3 paquistaneses na mesma sala. Eles cumpriram o ramadan, imagina o quão deve ser difícil. E eu fico imaginando que lá eles tem outra ideia de Jesus, e qual é a verdade??? Pra mim a verdade é a busca por um mundo melhor, mais tolerante, mais humilde, mais família, com mais respeito, com valores que estão se perdendo (não apenas pela falta da igreja, mas eu julgo que pela falta da família e de apoio que por vezes podem sim ser encontrados nela) ( e esse argumento também não implica que a falta de religião provoque isso, mas para algumas pessoas é importante, pra mim foi.)...

É isso, eu sou feliz por ser católica, rezar me trás conforto. Escutar algumas músicas me alivia.  Alguns livrinhos me ajudam muito a rever meus comportamentos, então para mim a religião foi e é fundamental para eu ser uma pessoa melhor.




Eu tbm comecei a escrever tudo isso, porque tem algumas pessoas com quem eu convivo que vivem falando mal da igreja católica (no meu doutorado então...uf). Eu tento deixar pra lá, mas as vezes me sinto ofendida pelas generalizações para com o catolicismo.

Por exemplo eu tive uma PÉSSSIMA experiência com uma pessoa espírita no último ano. Esse indivíduo é a "caridade" em pessoa, inclusive faz as palestras no centro e tals. Eu vou falar que os espíritas são todos assim? Não, não vou, não posso e não devo. Então a recíproca é verdadeira.

Apenas para pensar:
" A maneira mais simples de corromper um jovem é ensiná-lo a respeitar mais aqueles que têm opiniões iguais às suas que aqueles que têm opiniões diferentes das suas." (Nietzsche)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Alergia

 Eu fico incapacitada com tantos espirros


 Ou dopada com antialérgico. E hoje eu queria terminar uma coisa...

E isso está ficando muito frequente... aiaiaia...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dia de conscientização do autismo

 Eu me interesso muito sobre a mente humana, as formas que interagimos com o mundo. E dentro disso há uma enormidade de possibilidades, patologias e, acima de tudo, diferenças.

 Eu tenho muita vontade de fazer o curso de psicologia, talvez quando me aposentar me divirto voltando a estudar algo que me apaixona. Eu gosto do que faço, mas a mente humana realmente me fascina.

 E hoje é um dia super especial. O dia mundial de conscientização sobre o autismo. Eu sugiro muito a leitura desse blog Lagarta vira pupa que é muito legal, esclarece muita coisa e eu não tenho dúvidas que, apesar de super recente, tem ajudado muitas famílias, seja no diagnóstico ou no compartilhamento de vivências.


  O autismo é uma sindrome que compromete, especialmente, a comunicação e a interação social das crianças.  Deêm uma olhada no blog da Lagarta, lá há muito esclarecimento. Também tem diversos outros blogs super legais.
  Algumas características:

 
  Que a inclusão e o cuidado faça parte da vida dessas crianças.